quinta-feira, 15 de julho de 2010

O HOMEM VERSUS NOME (De: Rosana Pinheiro)


Um homem sem nome vagava pela vida, na descida de um rua, de uma esquina, acompanhava com seu olhar a descida de vários homens que tinham nome e a subida de outros cujos nomes começavam a cintilar nas estrelas.
O homem sem nome, tinha frio, tinha fome, tinha braços, mas estes se mantinham cruzados, suas pernas se mantinham paradas; somente seus olhos andavam tentando decifrar os nomes e a vida dos que passavam descendo ou subindo, caídos ou erguidos, gente de todo tipo, gente indo e vindo.

O homem sem nome gostava de olhar tudo, mas não compreendia o mundo, cada coisa com um nome e um homem como ele se chamava apenas, um homem, um alguém esquecido.
Coisa do destino, forças ocultas, gente absurda ? Quem afinal o colocou em tal situação?
A vida não tem preferidos, a vida é uma escola em que cada esquina , em cada história há uma nova lição.
O que sei , é que notei que aquele homem sem nome, tinha um coração igual ao meu, pois ele contemplava o Sol, o céu, a noite, a Lua, as estrelas e dividia um pedaço de chão e um pedaço de pão com um pobre cão.

Sua vida sem rumo, vazia, perdida, nos evidencia que um homem precisa de um nome, mas antes de tudo, precisa de quem o estenda a mão e o guie a uma direção onde ele possa subir os degraus da vida sem cair repetidas vezes, sem medo de tentar subir.

Não existe nada pior do que viver e morrer só, seja numa rua qualquer, numa esquina, num barracão ou em uma mansão.
Um nome abre os caminhos para muitos homens, mas não é suficiente para se aprender a crescer com dignidade, felicidade e amor; um nome é escrito com letras, um homem é feito por suas ações.

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